Deixaste-me contente com as tuas promessas de companhia para aquele dia frio onde apenas os nossos corações escaldantes podiam aquecer o ambiente. Esperei a sorrir naquele banco de jardim, gelado, feito de pedra suja e desgastada. Parecia estar ali há anos sem que ninguém se tenha servido dele mas, na verdade, o banco era o meu melhor amigo, o único capaz de suportar o meu fardo. O verde de ervas daninhas manchava o cinzento do granito Era de adivinhar que a orientação para norte não permitia que o banco se visse livre desses parasitas. Não existia uma única erva seca, tudo era verde e fresco naquele lugar onde o tempo parecia estar congelado.
Continuava, à espera, com um prazer de quem espera acordado na cama a hora de levantar. Reparei numa pequena fonte que já quase não gerava a pressão necessária para expelir água. Mesmo estando no inverno dava a sensação de ter chovido pouco por aquelas paragens embora isso contrariasse a minha teoria sobre tudo estar verde, talvez fosse do orvalho.
Aquele lugar, apesar de estranho parecia ter algo de familiar. Tinha mesmo a sensação que já tinha passado por esse momento, por aquele lugar, por aquela espera. Este déjà vu misturou o sentimento de prazer com a estranheza de quem vai cair numa armadilha mas o aproximar da hora do nosso encontro fazia desaparecer qualquer receio que se aproximasse.
Chegou a hora e já não tinha mais que observar naquele lugar por isso esperei... e esperei.
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