A Cave


Dos confins do universo saís todas as manhãs com o espírito selvagem que te conheço. Os teus toques de força ficaram gravados no momento do teu nascimento, que aconteciam todos os dias quando a luz resolvia brindar o teu sossego. A tua imagem ficou presente na minha memória, de olhos raiados e garras de fera conseguias provocar-me o medo de quem enfrenta o desconhecido. Não aguentava mais esta sensação de correr para fugir, de viver para sofrer.

Hoje sou eu que nasço da minha cave mesmo que a luz não me venha acordar. Acabou a supermacia dos teus sentidos e o controle dos meus sentimentos. A metado do meu espírito que te pretencia passou a ser terra de ninguém. Finalmente sou liberto, não foi de ti que recebi a liberdade nem a alforria mas os dias de escravidão sobre a tua demanda chegaram ao fim.
As correntes enfraquecidas pela ferrugem são agora fáceis de quebrar, e mesmo que leve o teu perfume comigo já não levo a tua prisão. O tempo de perdição cravou marcas sobre a minha pele que já mais serão apagadas.

Já não te peço, não te louvo, não te idolatro. Não me podes encontrar, agora já não estou perdido na tua cave. Agora o fim do túnel é a minha demanda e à saída já sei o que tenho à espera.




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