A cabeça pesada, o corpo dorido, as mãos quentes. Isto é apenas a primeira face do cansaço. Aquilo que mais pesa é certamente a mente. Luzes, brancas que ofuscam os meus sentidos e cegam as minhas razões. O nojo dos meus sentidos que já para nada servem, que nem me conseguem levar a encontrar a saída. Perdido de sentidos, é hora de esquecer o que aprendi.
Aprendi que o tempo ajuda a esquecer. Mas aqui não tenho tempo, aqui não quero esquecer, quero encontrar, seja com a razão, seja com o instinto. Fica o instinto para me guiar mesmo quando o cansaço faz perder a verdade.
Verdade que não preciso quando existe um chamamento de maior força para me levam ao fim do caminho. Não te consigo ver nem tocar, mas consigo sentir que existes e isso basta-me para sair a procurar-te. A vontade diz-me que não estás longe e a verdade nada me diz, porque há muito que não existe, há muito que parou de me deixar confuso.
Confuso é diferente de perdido. Aquele que está perdido tem noção de onde quer chegar. Aquele que está confuso nem sabe o sítio em que está. Estou perdido mas não confuso. Estou cansado mas não morto.
Morta está a razão, vivo está o instinto. Instinto que me vai levar até ti.
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