Esperança


A esperança não é a ultima a morrer, tu és a ultima a morrer porque não deixo que seja de outra maneira. És tu que a prendes e a vais enterrar no teu túmulo tal como me vais enterrar a mim dentro do teu coração. És tu que a guardas e que a transmites pelas palavras que não deixo escapar da tua boca, pelos olhares que não deixo escapar dos teu olhos, pelos gestos que não deixo escapar do teu corpo.


Já viste a Lua hoje? Não a deixes esconder porque para escondido já basto eu de todas as vezes que me foges como um fantasma que nasce do escuro e não tem medo da luz. Não importa nada, eu espero com esperança e sei que és igual ao sapo que se transforma em príncipe por isso vou-te encontrar, vou-te beijar e fazer transformar em princesa, tal igual à que és agora mas sem me fugires da mão desta vez.


Sapo, fantasma ou princesa não importa a forma que tenhas agora, depois de provar ao que sabes basta-me fechar os olhos e imaginar o perfume que emanas e o brilho que cintilas para invocar que no fim vais ser minha. Não quero saber quando, desde que seja já.


Espero, desespero, acredito e aguento porque quero, juro promessas impossíveis, encontro caminhos escondidos até lugares perdidos em terras de ninguém onde posso gritar o teu nome e dizer-te que espero com esperança. Locais onde posso dizer-te que estou vivo e a tua espera mesmo quando não me procuras ou quando me encontras, quando me amas e de desprezas, quando me tocas e sinto as tuas mão frias, quando me abraças e não me apertas. Mas estou vivo sempre que tu também o estiveres.

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