As gotas que caem do céu, a chuva, os dilúvios tímidos da natureza e as lágrimas do teu rosto são tudo variantes do mesmo elemento. A água. São elas que alimentam a mais sombria das vertentes humanas, o mais desconfortável dos sentimentos que os animais podem expressar, a tristeza. O ódio sempre suplanta a tristeza em acções praticadas. As explosividades são mais distintas do que comparadas com qualquer outras das possíveis sensações.
São as vidas que se perdem, são as pessoas que se afastam os usuais motivos do silencio profundo. São aqueles momentos em que nos sentimos inúteis e solitários horas a fio sem que nos apercebamos da escuridão que caminha perante nós, sem vontade de desviar o olhar para a luz, que tornam o renascer a fase mais complexa da edificação da felicidade.
Dá gosto estar assim. Não sentimos que o mundo possa melhor em passos curtos e relevantes. Sentimos que não fazer nada é mais seguro do que fazer o que quer que seja. São enganos permanentes que não controlamos, esperando que alguém os venha controlar por nós, alguém que já não pode vir. É certo que o tempo cura mesmo as feridas mais profundas, mas é preciso que o magoado deixe ser tratado.
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