A Cidade dos encontros e desencontros daqueles que chegam e o sítio das lembranças e saudades dos que partem. As tuas pedras e calçadas tantas vezes foram percorridas, em busca da tua essência, por aqueles que sobre a tua luz dormem todas as noites. Dos dias de inverno às noites de verão que deixam um rasto de pessoas por todos os cantos, caídas, alegres e apaixonadas. Nunca ninguém abandonaste, nunca ninguém largaste, Coimbra.
Todos os que olhamos a velha Cabra temos uma paixão escondida nesta Cidade. Paixões intocáveis que não podemos alcançar, nem mesmo nas lágrimas da despedida que vão cair na hora do adeus. Desejos escondidos por entre os pedaços de história, por entre momentos vividos que eu guardo com força na minha mão. Forças encontradas onde menos esperávamos. Com todos estes encontros sou eu que nunca poderia deixar de te encontrar numa relação que será para sempre, Coimbra.
O que para uns são ruas que sobem, para outros são ruas que descem e aqui encontrei de todos os tipos. Ruas sem saída, muitas. Ruas estreitas, algumas. Ruas perdidas pela Cidade que me levaram a ruas largas. Ruas escuras onde não há a luz ao fundo do túnel e a única opção é esperar. Ruas em que espero só pelo prazer de ali estar. Ruas que estão lá para sempre, em Coimbra.
Agora que já conheço essas ruas, sei aquelas onde quero continuar a andar, sei aquelas que já não posso conquistar, não sei aquelas que ainda estou para encontrar. Coimbra uma cidade de cabelos castanhos e vestida de negro com curvas esguias que podia ter qualquer outro nome de mulher.